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Teste de vigor e germinação como parâmetros na qualidade de sementes
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Testes de germinação
são necessários para avaliar a comportamento da semente, entretanto, testes de
vigor são complementares e visam assegurar a qualidade e desempenho da semente
no campo.
Sementes
Insumos
essenciais para agricultura, as sementes são determinantes para que sejam
atingidos índices elevados de produtividade e sucesso das culturas.
O aumento da demanda por sementes de alta qualidade, tem levado a busca pelo aprimoramento
técnico das metodologias de análise, visando alta produtividade associada a um
incremento na qualidade do produto final da colheita.
A qualidade
fisiológica real de uma semente não é determinada somente pela sua herança
genética, sendo também função das condições ambientais da produção e armazenamento,
além das técnicas de produção, colheita, secagem e beneficiamento envolvidas.
O estágio de
máxima qualidade é alcançado quando a semente atinge sua maturidade fisiológica,
que é seguida do início do processo de deterioração, que prossegue enquanto as
sementes permanecem em campo até o armazenamento, afetando diretamente características
como vigor e germinação.
Diferença entre
Germinação e Vigor
Germinação é a emergência e desenvolvimento das estruturas essenciais do
embrião da semente, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal
sob condições favoráveis de campo. O teste de germinação avalia
a porcentagem de sementes de um lote com capacidade em germinar e produzir plântulas
normais em condições ambientais ideais (temperatura, umidade e aeração)
para o processo germinativo com a finalidade de obter informações sobre a qualidade
de diferentes lotes comerciais.
Vigor é definido como a soma de todas as propriedades que determinam o nível
de atividade e desempenho das sementes ou de um lote de sementes em
situação de germinação e emergência das plântulas.
O teste de vigor está relacionado com a capacidade das sementes em germinar
e produzir uma plântula normal em uma ampla variação de condições de
campo, não necessariamente dentro das mesmas condições ideais para a germinação.
O teste de
vigor é utilizado pelo controle de qualidade em empresas produtoras de semente,
laboratórios e empresas e instituições de pesquisa para:
ü
Avaliar ou detectar diferenças significativas
na qualidade fisiológica de sementes com taxa germinação semelhantes
ü Classificar lotes de alto
e baixo vigor, dentro de uma porcentagem adequada para comercialização,
visando executar o manejo adequado após a colheita ou o possível descarte do
lote, evitando prejuízos a produtores e consumidores
ü Detectar com precisão
os avanços na deterioração de sementes
Embora utilizado na determinação da qualidade dos lotes de sementes, o teste de germinação pode superestimar o potencial fisiológico dessa semente, uma vez que é conduzido sob condições ambientais favoráveis.
Pesquisadores
questionam o uso isolado do teste de germinação para predizer o comportamento
das sementes no campo, onde as condições nem sempre são favoráveis, sugerindo assim
a realização de testes de vigor como complemento.
Teste de germinação
Teste de caráter
obrigatório para comercialização de sementes, as exigências como
o tipo de substrato, temperatura, duração do teste, luminosidade e outras
informações adicionais variam de acordo com a espécie e normativas de cada país.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estabelece
os métodos na publicação denominada “Regras para análise de sementes”.
Embora existam variáveis quanto ao tamanho, sistema empregado para acomodação das amostras, dispositivos adotados para o controle de temperatura, luz, umidade relativa do ar interno e de outros detalhes, os equipamentos mais utilizados são os germinadores tipo câmara. A Tecnal disponibiliza diversos modelos com especificações distintas, conseguindo atender uma ampla gama de metodologias.
Para a
realização de testes de germinação com alto volume de amostras, também pode ser
utilizada a Câmara climática para crescimento de plantas, modelo TE-4002/3 ou TE-4002/4. Outra opção é a utilização da Sala
Climática, modelo TE-4004 que é uma solução totalmente customizável e
versátil.
·
Como fazer teste
de germinação (soja)?
As sementes devem ser acondicionadas com o volume de água destilada equivalente a três vezes a massa do papel seco utilizado. (Brasil, 2009). Os rolos confeccionados são acondicionados em germinador do tipo Mangelsdorf, modelo TE-405/1 ou TE-406 a temperatura constante de 25 ± 2ºC. A percentagem de plântulas normais, conforme as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009), é analisada no oitavo dia do início do experimento (Moterle et al., 2011).
Testes de
vigor
Diversos
estudos têm sido desenvolvidos para se testar o vigor, porém não existe
método padronizado que possa ser recomendado para todas as espécies. Dentre os tipos
de testes de vigor em sementes, o de envelhecimento acelerado é um dos
mais difundidos em culturas como soja, sorgo, feijão, milho, trigo e algodoeiro,
devido à sua precisão e sensibilidade em detectar diferenças de qualidade
entre lotes de sementes com germinação semelhante.
Reconhecido
como um dos testes mais utilizados para avaliação do potencial fisiológico de
sementes, o teste de envelhecimento acelerado tem como objetivo avaliar
o grau de tolerância das sementes à elevada umidade relativa e temperatura,
considerando que sementes de maior vigor apresentam germinação superior, após
esse procedimento.
Para sua
realização, as sementes são acondicionadas em recipientes contendo água
ou solução salina (dependendo do tipo de protocolo) e envelhecidas em Câmara
para envelhecimento de sementes, modelo TE-410 com temperatura ajustada de acordo com a
necessidade de cada espécie, seguido do teste de germinação.
·
Como fazer teste
de envelhecimento acelerado (soja)?
As sementes
são distribuídas em camada única, dispostas sobre uma tela de aço inoxidável inserida
em caixas de plástico (11x11x3,5cm), contendo 40 mL de água destilada (para a obtenção de cerca de 100% U.R. do ar). As caixas fechadas
são acondicionadas em câmara com sistema de jaqueta de água (Câmara para
envelhecimento de sementes, modelo TE-410) a 41 ± 1 ºC durante 48 horas.
Posteriormente, as sementes são submetidas ao teste de germinação, sendo
avaliada a percentagem média de plântulas normais (Marcos Filho et al., 2009; MATERA,
T. C. et al., 2019).
Outros testes
tem sido relatados, como teste de frio (milho, ervilha, algodão), teste
de tetrazólio (soja e sorgo) e o teste de condutividade elétrica (ervilha,
maracujá, soja)
O teste de
tetrazólio é amplamente utilizado no controle de qualidade, determina
indiretamente a atividade respiratória nas células que compõem os
tecidos das sementes. O teste baseia-se na atividade das enzimas desidrogenases
que catalisam as reações respiratórias, presente nas mitocôndrias (localizadas no
interior das células vegetais) (França Neto et al.,1998) detectadas após o uso
de solução indicadora.
·
Como fazer teste
de tetrazólio (soja)?
As sementes
devem ser embaladas em papel de germinação umedecido com quantidade de água
equivalente a 2,5 vezes o seu peso seco e mantidas em câmara tipo BOD (Incubadora,
modelo TE-371/240L) por 16 horas,
a 25 ºC. Após o pré-condicionamento, as sementes são colocadas em frascos ficando
totalmente submersas na solução de tetrazólio (0,075%), com ausência de luz, a
35 ºC a 40 ºC por aproximadamente 150 a 180 minutos. Após a coloração, as
sementes são lavadas e avaliadas individualmente, conforme França Neto e Krzyzanowski
(2018).
O teste de
condutividade elétrica é um teste de vigor aplicável em sementes de
várias espécies, que se destaca pela sua rapidez e facilidade de execução. Baseado no fato de que no processo de
deterioração da semente, ocorre a lixiviação dos seus constituintes celulares, considera-se
que quanto maior o valor da condutividade elétrica da solução
(maior quantidade de solutos no meio), menor é o vigor das sementes.
·
Como fazer teste
de condutividade elétrica (soja)?
As sementes são pesadas e mergulhadas em copos plásticos (capacidade de 200 ml) contendo 75 ml de água deionizada. As amostras são mantidas em câmara de germinação modelo TE-4020/240L (equipamento similar aos utilizados no teste de germinação) a 25°C durante 24 horas. Após o período de imersão, a condutividade eléctrica das solução é determinada, utilizando um Condutivímetro Digital, modelo TEC-4MP sendo os resultados divididos pelo peso de cada amostra e expressos em µS.cm‑¹.g‑¹ de semente (MATERA, T. C. et al., 2019).
O teste de
frio é utilizado para avaliar a qualidade fisiológica de semente sob
condições adversas, sendo muito utilizado em regiões de clima temperado,
onde a época de semeadura pode coincidir com o período chuvoso e de baixa
temperatura (geralmente a partir de 10°C).
De forma geral, se os resultados deste teste se aproximarem dos dados obtidos pelo teste de germinação, pode evidenciar que as sementes apresentam capacidade para germinar sob uma ampla faixa de condições ambientais. A metodologia é geralmente similar ao teste de germinação, porém as sementes são mantidas em baixa temperatura por um determinado tempo, seguido do teste de germinação. A temperatura e período variam de acordo com a espécie e objetivo do teste.
Qualidade da água
A água utilizada
nos testes de qualidade de sementes deve ser livre de impurezas orgânicas e
inorgânicas, sendo recomendado o uso de água destilada, com pH de 6,0-7,5.
A água deve
ser tratada previamente para que se atenda os padrões exigidos em análises laboratoriais.
Para saber sobre os "Tipos de água utilizados no laboratório e principais aplicações", acesse o conteúdo sobre o tema.
Saiba mais sobre tratamento de água no material exclusivo que preparamos sobre "Tratamento e filtragem da água para análises laboratoriais"
Considerações
finais
Em função das
exigências do mercado consumidor por sementes com qualidade superior, a
avaliação da qualidade torna-se uma ferramenta estratégica.
Diversos testes
podem ser empregados para avaliação da qualidade fisiológica de sementes, sendo
que os parâmetros variam de acordo com a espécie e protocolo seguido.
O teste de
germinação é realizado em caráter obrigatório para comercialização
de sementes, porém testes de vigor são complementares, visando assegurar
a qualidade e desempenho dos lotes de sementes que serão
disponibilizados no mercado.
Sobre a
Tecnal
A Tecnal
tem como missão contribuir para o desenvolvimento
científico, tecnológico e com a indústria nacional e
internacional por meio da fabricação e da comercialização de
equipamentos científicos, da prestação de serviços especializados e da
disseminação do conhecimento. A empresa busca crescer de maneira inovadora e
sustentável, focada na continuidade e na excelência operacional, de forma a
tornar-se uma referência no mercado brasileiro e internacional de equipamentos
científicos. Fale conosco: Telefone/WhatsApp (19) 2105-6161, e-mail: contato@tecnal.com.br ou pelo nosso site clicando aqui.
Referências
BRASIL.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras Para Análise de Sementes.
Brasília, DF: MAPA/DAS/ACS. 2009. 399 p.
FRANÇA NETO,
J. B.; KRZYZANOWSKI, F. C. Metodologia do teste de tetrazólio em semente
de soja. Documento 406. Embrapa Soja. Londrina, 2018. 108p.
FRANÇA-NETO,
J. B.; KRZYZANOWSKI, F. C.; COSTA, N. P. O teste de tetrazólio em sementes de
soja. Londrina: EMBRAPA-CNPSo. 1998. 72 p. (EMBRAPA-CNPSo, Documentos, 116).
MARCOS
FILHO, J.; KIKUTI, A. L. P.; LIMA, L. B. de. Métodos
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de imagens. Rev. bras. sementes [online]. 2009, vol.31,
n.1, pp.102-112.
MATERA, T. C. et al. Accelerated
aging test and its relationship to physiological potential of soybean seeds. J. Seed Sci. [online]. 2019, vol.41, n.3,
pp.301-308.
MOTERLE, Lia Mara et al. Efeito de biorregulador na germinação e no vigor de sementes de soja. Rev. Ceres (Impr.),Viçosa , 2008. v. 58, n. 5, p. 651-660.