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Tudo que você precisa saber sobre tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas

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A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas desempenha um papel fundamental na proteção contra pragas, doenças e ervas daninhas, de maneira eficaz, econômica e segura.

A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas consiste em um conjunto de técnicas, equipamentos e procedimentos voltados para a correta distribuição e eficácia dos defensivos agrícolas, de forma que controle o alvo (praga, fitopatógeno ou plantas daninhas). Ou seja, a tecnologia de aplicação visa garantir que agroquímicos e agrobiológicos sejam aplicados de forma eficiente e precisa, assegurando a proteção das plantações e maximizando os resultados agronômicos.

A aplicação desses defensivos é crucial para a saúde das plantas, a produtividade das colheitas e a segurança alimentar. Sem a aplicação adequada, as plantas ficam vulneráveis a ataques de insetos, fungos, bactérias e outras ameaças que podem reduzir significativamente o rendimento das culturas. Além disso, a tecnologia de aplicação desempenha papel crucial na redução de desperdício de produtos e minimiza os impactos ambientais associados ao seu uso.


Qual a diferença entre pulverização e aplicação?

Quando se trata de defensivos agrícolas, os termos “aplicação” e “pulverização” são frequentemente utilizados, muitas vezes são usados como sinônimos, mas na verdade possuem diferenças importantes.

A pulverização é um processo físico-mecânico que transforma uma substância líquida em partículas ou gotas. Em outras palavras, pulverizar é distribuir um produto líquido em pequenas partículas. Esse método é usado para a distribuição de agroquímicos, agrobiológicos, nutrientes ou fertilizantes, pode ser realizado tanto por terra quanto por via aérea.

Por outro lado, a aplicação refere-se à deposição de gotas sobre o alvo desejado, com o tamanho e densidade adequadas ao objetivo proposto. A eficácia da aplicação pode ser medida pela eficiência, que é a relação percentual entre a quantidade de produto aplicada no alvo e a quantidade do produto lançado pela máquina.


O que são os alvos biológicos e químicos?

Os alvos biológicos referem-se aos organismos vivos que representam uma ameaça às plantações, tais como pragas (insetos, ácaros, nematoides), doenças (fungos, bactérias, vírus) e ervas daninhas. Esses organismos podem causar danos significativos às culturas, reduzindo a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas.

A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas visa direcionar esses produtos de maneira eficaz para controlar os alvos biológicos. Existem dois modos de ação principais: direto e indireto. Na forma direta, o produto entra em contato com o alvo biológico no momento da aplicação. Na forma indireta, o alvo é atingido posteriormente através de redistribuição do produto, que pode ser por translocação sistêmica, movimentação translaminar ou deslocamento superficial do depósito inicial.

Os alvos químicos, por outro lado, são os locais onde os defensivos agrícolas devem ser aplicados para efetuar o controle do alvo biológico. Portanto, é a interação entre o alvo biológico e a capacidade de redistribuição do produto na planta.

Produtos com baixa redistribuição atuam apenas no local de aplicação. A cobertura necessária do alvo varia conforme o que se pretende controlar e o modo de ação do produto. Para o controle de insetos, por exemplo, a cobertura pode ser menor devido à locomoção dos insetos, que favorece o contato com o inseticida. Já para o controle de doenças, a cobertura deve ser maior. No caso de produtos sistêmicos, que se transloca dentro da planta, requerem uma taxa de cobertura inferior à dos produtos de contato.


Formulação de defensivos agrícolas

A formulação de defensivos agrícolas influencia a aplicação, absorção pelas plantas e o impacto ambiental desses produtos. Essas formulações são desenvolvidas com o objetivo de melhorar a estabilidade, a solubilidade, dispersão e a aderência dos ingredientes ativos aos alvos biológicos. Transformam um produto técnico, misturando o ingrediente ativo (na forma de líquido viscoso ou de cristais) com ingredientes inertes (sólidos ou líquidos).

Existem diversos tipos de formulações de defensivos agrícolas, cada uma com suas características e aplicações específicas:


Fonte: adaptado de Syngenta, blog Mais Agro (2021)

A escolha da formulação adequada depende das características da cultura, do alvo biológico a ser controlado, das condições ambientais e das práticas agrícolas. Cada tipo de formulação apresenta vantagens e desvantagens em termos de eficácia, segurança, custo e conveniência de aplicação.

Por isso, os fabricantes de defensivos agrícolas devem realizar extensivos testes de formulação para garantir que seus produtos atendam aos padrões de qualidade, segurança e eficácia exigidos pelos órgãos reguladores e pelos agricultores.

Nesses casos, as câmaras para teste de pulverização são uma alternativa tecnológica e segura para testes com diferentes formulações. Elas permitem que os testes sejam realizados em ambiente controlado, proporcionando uniformidade e repetibilidade. 


Equipamentos de proteção individual

A aplicação de defensivos agrícolas requer o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), são essenciais para minimizar os riscos de exposição a produtos químicos tóxicos e prevenir danos à saúde dos trabalhadores. Os EPIs recomendados incluem luvas, respiradores, viseira facial, jaleco e calça hidro-repelentes, boné árabe, capuz ou touca, avental e botas.

Além de fornecer os EPIs adequados, é essencial treinar os trabalhadores sobre o uso correto e a manutenção dos equipamentos de proteção, bem como sobre as práticas seguras de manuseio e aplicação de defensivos agrícolas. O cumprimento das medidas de segurança e o uso adequado dos EPIs são fundamentais para garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores agrícolas durante a aplicação de defensivos.


Fonte: Aliari, 2021.

O sistema automático da câmara de pulverização da Tecnal (TE-9000) realiza o processo dentro de uma câmara fechada, minimizando a necessidade do uso completo dos EPIs, apenas os necessários para a manipulação dos defensivos que serão colocados no equipamento, o que simplifica o processo e reduz a exposição a substâncias tóxicas.


 

Fatores que influenciam nas pulverizações

A eficácia da pulverização é influenciada por uma série de fatores que devem ser considerados para garantir uma aplicação precisa e eficiente.


Tipos de bicos de pulverização

A seleção do bico de pulverização correto garante uma distribuição uniforme. Diferentes tipos de bicos produzem diferentes tamanhos de gotas e padrões de pulverização, sendo necessário escolher aquele que melhor se adapta às características da cultura e produto aplicado. Bicos com pontas desgastadas ou inadequadas podem resultar em perdas de até 50% do produto.

Existem diferentes tipos de pontas hidráulicas de pulverização, onde um líquido sob pressão passa através de uma abertura e se espalha, formando uma lâmina e criando gotas de diferentes tamanhos. As pontas hidráulicas de pulverização vão determinar a vazão (em função do tamanho do orifício, características do liquido e pressão), distribuição (de acordo com o modelo da ponta, características do liquido e pressão) e tamanho de gotas (modelo da ponta, características do liquido e pressão). Os principais modelos de pontas de pulverização para bicos hidráulicos:


 






 


Fonte: ANDEF, 2014.


A importância do tamanho das gotas

O tamanho das gotas geradas durante a aplicação de defensivos pode afetar a cobertura das plantas, a eficácia do controle de pragas e doenças, e a quantidade de deriva, tornando-se um fator crucial para a gestão adequada de defensivos agrícolas.

Gotas pequenas (<200µm) proporcionam uma cobertura mais uniforme do alvo, mas são mais suscetíveis à deriva, especialmente em condições de vento. Gotas médias (200-400µm) oferecem equilíbrio entre cobertura e deriva, são menos propensas a serem desviadas pelo vento em comparação com as gotas finas. Se a bula do produto não indicar o tamanho das gotas, recomenda-se o uso de gotas médias para reduzir a probabilidade de erros de aplicação. Gotas grossas (>400µm) têm menos problemas com deriva devido ao seu peso maior, mas podem fornecer uma cobertura menos uniforme do alvo.


Fonte: Adaptada de Sabri.

câmara de pulverização TE-9000 permite a troca dos bicos de pulverização, possibilitando testes com diferentes tipos de pontas. Associado a outros equipamentos, é possível avaliar diversos parâmetros, como tamanho das gotas, posição da área de aplicação, cobertura e volume, sendo fundamental para a pesquisa e desenvolvimento de defensivos agrícolas e de bicos de pulverização.


 

Como as condições climáticas afetam a aplicação de defensivos agrícolas?

Compreender e gerenciar as condições climáticas é fundamental para uma aplicação de defensivos agrícolas eficaz. Ao ser pulverizado o produto, fatores ambientais podem interferir na aplicação e absorção do produto pelo alvo. Vamos abordar os principais fatores climáticos que afetam a aplicação de defensivos agrícolas:

  • Velocidade do vento: Um dos fatores climáticos mais críticos a serem considerados durante a aplicação. O vento pode causar deriva, que é o movimento das gotas de pulverização para fora da área-alvo, isso resulta em perda do produto e contaminação ambiental.
  • Temperatura: Afeta a evaporação das gotas de pulverização. Altas temperaturas podem acelerar a evaporação, especialmente de gotas menores, antes que elas atinjam a planta.
  • Umidade relativa do ar: Influencia a taxa de evaporação das gotas. A baixa umidade acelera a evaporação, enquanto alta umidade pode retardá-la.
  • Precipitação: A chuva pode lavar os defensivos aplicados, reduzindo drasticamente sua eficácia. Planejar as aplicações considerando a previsão de chuvas é essencial para garantir que o produto tenha tempo suficiente para ser absorvido pelas plantas.

As condições ideais para a aplicação defensivos agrícolas incluem umidade relativa do ar de no mínimo 55%, velocidade do vento de 3 a 10 km/h e temperatura abaixo de 30 C°. Com a câmara de pulverização TE-9000, não é necessário aguardar as condições climáticas ideais, pois com o equipamento se tem um ambiente controlado, sem influência de temperatura, vento e umidade relativa do ar, além de contar com um sistema de simulação de chuva.


 

Qual a influência da deriva na aplicação de defensivos agrícolas?

A deriva refere-se ao movimento das partículas de defensivos agrícolas para fora da área-alvo durante e após a aplicação, causando consequências negativas para o meio ambiente e para a saúde humana e animal.

Isso ocorre devido a velocidade do vento, escorrimento ou volatilização do produto, além disso, gotas menores são mais suscetíveis à deriva, por serem mais facilmente transportadas. A altura de aplicação também interfere, pois, pulverização realizadas em maiores alturas têm maior probabilidade de deriva devido a maior exposição ao vento.

Existem dois tipos de deriva, a endoderiva e a exoderiva. Endoderiva é quando muitas gotas do produto caem da folhagem e escorrem para o solo. Já a exoderiva ocorre quando as gotas de produto derivam para fora da área aplicada.

Com a TE-9000 é possível controlar a altura de aplicação, além de favorecer a realização de testes por não ter a ação do vento durante a aplicação. Se necessita estudar os efeitos do vento na sua aplicação, podemos oferecer outro equipamento, nosso Túnel de vento para estudo de deriva.


Considerações Finais

A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas é crucial para garantir a eficácia, segurança e sustentabilidade da produção agrícola. Compreender os princípios e práticas dessa tecnologia permite que os agricultores protejam suas plantações de forma eficiente, contribuindo para a oferta de alimentos seguros e de qualidade para a população global.

A formulação adequada dos defensivos agrícolas é essencial para garantir sua eficácia no campo e minimizar os riscos para o meio ambiente, operadores e consumidores. Ajustar as práticas de aplicação para considerar o vento, temperatura, umidade relativa, precipitação, radiação solar e inversão térmica pode melhorar significativamente a eficácia dos defensivos e minimizar impactos ambientais.

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